Prof. Dr. Ricardo Komatsu
CRM-SP 56.604
Anualmente temos 6 milhões de novas pessoas que passam a desenvolver diabetes melito, doença que atinge 250 milhões de pacientes no mundo.
Igualmente a prevalência de Doença de Alzheimer cresce de forma acelerada e estima-se que 35,6 milhões de pessoas no mundo tenham demência.
A prevalência da diabetes melito aumenta com o envelhecimento atingindo cerca de 15% das pessoas com 80 anos de idade ou mais. A tolerância à glicose declina progressivamente com a idade (resistência insulínica).
Dentre as manifestações sistêmicas da diabetes melito tais como retinopatia, nefropatia, cardiopatia, amputações, destacamos também o comprometimento do sistema nervoso consequente à desmielinização, degeneração axonal, distrofia neurítica, alterações glicêmicas, resistência insulínica e deposição de substância amilóide (corpora amylacea) perivascular encefálica.
A diabetes melito tipo 2 é um fator de risco para a demência, não somente a Doença de Pequenos Vasos (Demência Vascular), mas também para a Doença de Alzheimer uma vez que pesquisas sugerem que a insulina regula o metabolismo da proteína beta-amilóide diretamente implicada na Doença de Alzheimer (teoria da cascata amilóide) e a fosforilação da proteína Tau.
A hiperinsulinemia está associada à pontuação inferior no mini-exame do estado mental (MMSE), prejuízo da linguagem (fluência verbal) e aumento do risco para Doença de Alzheimer.
A resistência insulínica em neurônios associa-se ao aumento da enzima reguladora da fosforilação da glicogênio sintetase a glicogênio sintetase quinase 3 (GSK-3) e ao aumento da fosforilação da proteína Tau,contribuindo para a formação de emaranhados neurofibrilares, por outro lado a hiperinsulinemia relaciona-se à remoção anormal de proteína beta-amilóide contribuindo para a formação de placas senis.
Existem evidências de que o mecanismo vascular (inflamação crônica, disfunção endotelial e hipercoagulabilidade) seja importante fisiopatologia da Doença de Alzheimer.
Fatores de risco vasculares podem representar potencial alvo terapêutico para a Doença de Alzheimer.
Bibliografia:
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